A força de trabalho em saúde já estava defasada. Tanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que até 2035 teremos uma escassez de quase 13 milhões de trabalhadores da saúde para suprir as demandas globais (1). Com a pandemia de COVID-19 que se instalou no mundo no início de 2020 e desde então vem pressionando esses profissionais, os sistemas e todos os cidadãos, cuidar do bem-estar dos recursos humanos que cumprem suas rotinas para garantir atendimento à população é primordial.

O IBSP está com a campanha “IBSP Acolhendo e Cuidando de Você” no ar compartilhando, nas redes sociais do Instituto, conteúdos focados em minimizar os impactos negativos do novo coronavírus no dia a dia desses trabalhadores. Paralelamente, o Institute for Healthcare Improvement (IHI) divulgou um guia (2) para promover o bem-estar das equipes, sugerindo ações diversas para que os sistemas possam suportar essa força de trabalho durante a pandemia e, também, após o encerramento dela.

Profissionais de saúde:

  • Reconheça que a angústia que está sentindo não é sinônimo de fracasso. A autocompaixão nunca foi tão importante. Por isso, ações psicológicas podem ser muito úteis. Tire um dia de folga, crie uma divisão precisa entre o trabalho e a vida pessoal, e procure apoio para sua saúde mental.
  • Invista em rituais que contribuam com sua rotina como, por exemplo, exercícios de respiração que te relembram sua existência, questionamentos internos sobre gestão do tempo, para compreender se está, de fato, se dedicando a ações que fazem bem a você; e sessões de meditação.
  • Encontre acolhimento nos seus colegas, converse com profissionais que estão todos os dias ao seu lado e compartilham dos mesmos sentimentos e preocupações e troque experiências com colegas de profissão que atuam em outras unidades.

Líderes e gestores:

  • Os líderes precisam atender às necessidades da força de trabalho, seja garantindo todos os suprimentos necessários, seja fornecendo suporte emocional e apoio à saúde mental. Por isso, comunique-se de forma transparente e aberta, pois esse diálogo é extremamente importante.
  • Reconheça, também, suas vulnerabilidades, pois isso mostra humildade, curiosidade, inclusão e empatia.
  • Pergunte como os trabalhadores estão se sentindo, quais as medidas que funcionam e quais precisam de ajustes. Conversas como essa geram confiança entre os pares.
  • Normalize a busca por ajuda, removendo o estigma de que buscar auxílio é algo negativo, principalmente no que tange à saúde mental. Reforce que procurar esse suporte é sinal de força, e não de fraqueza.
  • Vivencie o luto sem deixar a esperança de lado, reforçando que a crise vai acabar e que toda a força de trabalho seguirá resiliente.

Sistemas de saúde e instituições

  • Crie programas de apoio que cheguem aos trabalhadores, não deixando somente como responsabilidade do profissional buscar ajuda.
  • Inclua aproximações e conversas sobre as experiências do dia a dia nas reuniões periódicas.
  • Reconheça os limites das pessoas, fornecendo primeiros socorros psicológicos e aconselhamento rapidamente.
  • Divulgue os programas de bem-estar de forma eficaz, com mecanismos de comunicação práticos e capazes de envolver os recursos humanos.
  • Reforce que a perfeição é inimiga do bom, incentivando as pessoas a buscarem suporte mesmo que mínimo; crie mecanismos online para que os profissionais encontrem facilmente as respostas às suas perguntas; invista em treinamentos de resiliência e coaching; e considere a criação de uma “diretoria de bem-estar” responsável por supervisionar, priorizar e coordenar os esforços da companhia para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.

A pandemia de COVID-19 promove mudanças que se tornarão duradouras. Por esse motivo é fundamental investir em ações de suporte aos profissionais de saúde que funcionem durante a crise e permaneçam após a fase crítica.

Fonte: https://www.segurancadopaciente.com.br/

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